30 dezembro 2009

O braço da guitarra e notas musicais

Certamente conhece a escala musical convencional, certo ? Bom, por via das dúvidas aí vai:

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si

É corrente repetir-se a a primeira nota da escala, neste caso o Dó, de tal modo que do ponto de vista prático teremos uma escala com 8 notas, sendo a oitava uma repetição da primeira. Deve também saber que cada uma das notas musicais é usualmente representada por uma única letra. Aliás, esta é a notação que iremos usar e, é também aquela que se encontra na maioria das revistas de música que podem ser adquiridas em bancas ou distribuidoras. Neste caso a escala musical comum pode apresentar-se da seguinte forma:

C D E F G A B C


Esta escala de 8 notas é conhecida por escala diatônica.

Em resumo:

C = Dó
D = Ré
E = Mi
F = Fá
G = Sol
A = Lá
B = Si

Ok ? Passemos à prática. Observe o braço da guitarra. Seria útil se tivesse uma a seu lado neste momento. Se prender a 2a corda no 1o traste terá um C (ah, convém lembrar que a primeira corda é a mais fininha, e a 6a a mais grossa). Obterá a sequência da escala musical se seguir o esquema abaixo:

Observe a distância (comumente denominada de intervalo) que separa cada uma das notas no braço do instrumento. Cada 2 trastes equivalem a 1 tom. Portanto, o intervalo entre C e D é de 1 tom, o mesmo ocorrendo entre D e E. Porém, entre E e F este intervalo é de apenas 1/2 tom, ou seja, de apenas 1 traste. Isto repete-se entre a 7a. e a 8a. nota da escala, ou seja, entre B e C. Uma das perguntas lógicas que se pode seguir a esta explicação é a seguinte: se existem apenas 7 notas musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá e si), que notas então são estas que ficam entre o C e o D, entre o D e o E e assim por diante ? Estas notas equivalem a 1/2 tom (apenas 1 traste) e, cada uma delas recebe o nome da nota que a antecede mais o sufixo sustenido (#) ou, o da nota que vem a seguir mais o sufixo bemol (b). Apenas para ilustrar vale dizer que num piano estas mesmas notas são tocadas nas teclas pretas, enquanto a escala convecional se obtem nas teclas brancas.

Parece complicado mas não é. A nota entre o C e o D (a do segundo traste) é então um C# ou Db, a do quarto traste um D# ou Eb. As notas seguintes são: F# ou Gb, G# ou Ab e A# ou Bb. Observe que, não há notas entre o E e o F, não existindo, portanto, o E# ou Fb. O mesmo ocorrendo entre o B e o C, ou seja, não existe B# ou Cb. Assim, do ponto de vista prático, existem na verdade 12 notas musicais, que são:

C C#(ou Db) D D#(ou Eb) E F F#(ou Gb) G G#(ou Ab) A A#(ou Bb) B

Esta escala completa com 12 notas musicais é conhecida como escala cromática. Baseado nisto e, conhecendo a nota que corresponde a cada uma das cordas soltas de uma guitarra com afinação tradicional, é possível deduzir a posição de cada uma das notas ao longo de toda a extensão do braço da guitarra. Veja o esquema abaixo:

A partir do 12o. traste o padrão de notas repete-se integralmente. Observe que neste traste as notas são exactamente as mesmas obtidas com as cordas soltas.
Decorar todas estas sequências é um bocado chato (para não dizer outra coisa). Entretanto, isto é fundamental para a compreensão dos princípios de formação de acordes, bem como para o desenvolvimento de solos e improvisações. Não precisa, porém, de tentar decorar tudo de uma vez só. Isto virá de forma mais ou menos natural, na medida em que o estudo do instrumento for avançando. Por outro lado, dê uma uma vista de olhos periódica neste esquema não lhe vai fazer mal nenhum .






29 dezembro 2009

Escalas musicais - Introdução

Se pedirmos, à praticamente qualquer pessoa, para repetir a escala musical, as chances são de que 11 em cada 10 indivíduos dirá: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó (ou C, D, E, F, G, A, B, C - lembra da lição I ?). Esta noção, embora possa ser útil para se iniciar um processo de aprendizagem de teoria musical é, ao mesmo tempo, uma crença da qual devemos nos afastar com a máxima urgência.

Existem, na verdade, inúmeras escalas musicais, das quais pelo menos dois tipos básicos devem ser familiares àqueles que pretendem fazer alguma coisa "decente" com uma guitarra. Não pretendemos, nem vamos, esgotar aqui o assunto de escalas musicais, uma vez que o número de escalas possiveis de serem construidas no braço do instrumento é praticamente ilimitado, vamos apenas, como já mencionado, abordar os dois grandes tipos de escalas, a partir das quais na verdade se derivam todas as demais.

Podemos, em principio, dizer que as escalas podem ser maiores ou menores. A escala acima mencionada é a de Dó Maior (ou simplesmente de C). Note que a mesma não apresenta qualquer nota "sustenida" (#) ou "bemolizada" (b) e, por isto, é considerada uma escala sem acidentes.

Em qualquer escala pode-se sempre identificar as notas por uma seqüência numerada (ou graus), normalmente em algarismos romanos, como abaixo discriminado para a escala de C:

I II III IV V VI VII VIII

C D E F G A B C

Assim, a primeira nota (ou grau) da escala de C é o próprio C, a segunda é D, a terceira é E, e assim sucessivamente até a oitava que, obviamente, é novamente o próprio C. A nota correspondente ao I grau é também denominada de tônica (a que dá o tom, é claro). Observe o intervalo (ou distância) que separa cada uma destas notas. Da primeira (I), que é C, para a segunda (II), que é D, este intervalo é de 1 tom. Da segunda (II) para a terceira (III) que é E, esta distancia é também de 1 tom. Lembre-se, como visto na lição I, que 1 tom equivale a 2 trastes no braço da guitarra. Nesta escala a distancia só não é de 1 tom da III para a IV nota (de E para F), bem como da VII para a VIII nota (de B para C), nas quais esta distancia é de 1/2 tom ou, 1 traste no braço da guitarra. Se precisar volte e dê uma olhada na lição I. Reveja com especial antenção a questão dos intervalos entre as notas.

Em resumo as notas na escala de dó maior (C), e os intervalos que as separam, são as seguintes:

C tom D tom E semitom F tom G tom A tom B semitom C.

Neste momento o mais importante nisto tudo não são as notas desta escala de dó maior, que muito provavelmente já conhece á bastante tempo, mas sim os intervalos que as separam. Porque? Muito simples: as distancias que separam as notas nas escalas maiores são sempre as mesmas. Com esta informação, juntamente com aquelas constantes da lição I, deve então estar apto a construir qualquer escala maior. Como veremos mais adiante, o conhecimento de escalas é fundamental para o processo de solo e improvisação, isto para não falar na formação de acordes.

Pode-se, então, generalizar que a seqüência de notas numa escala maior, qualquer que seja ela, é sempre a seguinte:

I tom II tom III semitom IV tom V tom VI tom VII semitom VIII

Para chegarmos às escalas menores é inicialmente importante mencionar que estas são sempre derivadas do VI grau de uma escala maior. Como o VI grau da escala de C é A, então a escala de Am (lá menor) é a seguinte:

I II III IV V VI VII VIII

A B C D E F G A

Existem várias coisas importantes à se observar nestas duas escalas (C e Am). Calma, tudo isto tem uma grande aplicação prática, sim. Mas, vamos primeiro passar pelos aspectos teóricos (pelo menos 2 deles). Observe primeiro que a escala de Am é também uma escala sem acidentes, ou seja, sem sustenidos ou bemóis. Ela é na verdade uma seqüência da escala de C, ou seja:

(-------------Escala de Am---------------)
C D E F G A B C D E F G A
(--------------Escala de C---------------)

Por isto a escala de Am é considerada a relativa de C. Isto, do ponto de vista prático, significa que improvisações e solos podem ser feitos indiscriminadamente em qualquer uma das 2 escalas (veremos os desenhos ou formas destas escalas no braço da guitarra na lição III). Ou seja, se estiver a tocar uma música em C, pode improvisar em qualquer uma das duas escalas, ou seja, na de C ou na de Am sem qualquer problema (é provável que não saia nada agradável ao ouvido, pelo menos no princípio, mas não custa nada tentar).

Outra coisa importante é observar a distancia que separa cada uma das notas na escala de Am. Note que a sequência não é a mesma das escalas maiores. Os graus separam-se da seguinte forma:

I tom II semitom III tom IV tom V semitom VI tom VII tom VIII

O importante aqui é também que esta sequência é a mesma em todas as escalas menores. Não posso, entretanto, deixar de mencionar que esta escala que está sendo chamada de menor é, na verdade, a escala menor natural. Existem outros tipos de escalas menores mas, isto é uma história um pouco mais longa.

Para que se torne capaz de, sozinho, construir todas as escalas maiores e menores basta apenas mais uma informação, qual seja, a de que a forma mais adequada (e também fácil) de construir novas escalas maiores é a partir do V grau da escala maior anterior. Ou seja, partindo da escala C e, considerando que o V grau desta escala é G, a próxima escala maior deve ser a de G (sol maior). Isto tem um motivo que se tornará óbvio um pouco mais tarde. A escala de G poderia então ter a seguinte configuração:

G A B C D E F G

Digo poderia porque, na verdade não tem. Se não, então vejamos. Lembre-se que os intervalos que separam as notas nas escalas maiores são sempre os mesmos? Quais são? Ok, lá vão outra vez: tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom. Agora olhe a escala acima. A distancia que separa o I (G) do II grau (A) é de 1 tom; aqui tudo certo. A que separa o II grau (A) do III (B) é também 1 tom, logo não há problema. Também não há problema na separação entre o III (B) e o IV grau (C), que é de meio-tom, do IV (C) para o V (D), que é de 1 tom, ou do V (D) para o VI (E), que também é de 1 tom. Porém, pela seqüência de distancias das escalas maiores o VI grau deveria se separar do VII por 1 tom e o VII do VIII por 1/2 tom. Observe que na escala acima esta distancia é de 1/2 tom do V para o VI (de E para F) e de 1 tom do VI para o VII grau (de F para G). Isto é mais fácil de perceber se estiver com uma guitarra nas mãos e olhar os esquemas da lição I. A conclusão é mais ou menos óbvia: se a sequência de intervalos é a mesmo em todas as escalas maiores então, é preciso fazer com que as distancias da escala de G, acima apresentada, sigam esta seqüência. Como? Experimente aumentar o VI grau em 1/2 tom, ou seja, transformar o F em F# (fá em fá sustenido). A escala então ficaria assim:

I II III IV V VI VII VIII

G A B C D E F# G

Observe que, agora sim, os intervalos se mantém constantes e iguais aos estabelecidos para a escala de C. Em conseqüência disto surge porém 1 acidente na escala, que é um F#.

E a relativa menor da escala de G então, qual seria? Isto mesmo, constroe-se a partir do VI grau. A escala menor relativa de G é, portanto, a de Em (mi menor), que possui a seguinte forma:

I II III IV V VI VII VIII

E F# G A B C D E

Colocando as duas lado a lado teremos:

(--------------Escala de Em-----------------)
G A B C D E F# G A B C D E
(-----------------Escala de G----------------)

Da mesma forma que para a escala de C e sua relativa menor (Am), solos e improvisações podem ser feitos indiscriminadamente nas escalas de G ou Em, estando a melodia em qualquer um destes 2 tons.

E a próxima escala maior, qual seria? Certissimo, a de D, que é o V grau da escala maior anterior, ou seja, o V grau da escala de G. Observe que para manter a sequência de intervalos das escalas maiores (tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom) é preciso incluir mais 1 acidente na escala de D (agora são portanto 2 acidentes), que é a seguinte:

I II III IV V VI VII VIII

D E F# G A B C# D

A relativa menor da escala de D, construída a partir do VI grau, é portanto Bm (si menor) que, também tem os mesmos 2 acidentes e mantem as distancias características das escalas menores separando cada nota. Ela tem, portanto, a seguinte forma:

I II III IV V VI VII VIII

B C# D E F# G A B

A próxima escala maior seria construída a partir do V grau da escala de D, ou seja, A (lá maior). Que tal tentar construi-la sozinho? E sua relativa menor? Lembre-se sempre de que a relativa menor deverá derivar-se a partir do VI grau da escala maior e, que os intervalos que separam as notas de uma escala devem seguir as seqüências padronizadas, que são: tom, tom, semitom, tom, tom, tom e semitom para as escalas maiores e tom, semitom, tom, tom, semitom, tom e tom para as escalas menores. Procure observar também que, construindo escalas maiores a partir do V grau da escala maior anterior os acidentes vão aparecendo de forma gradual.

28 dezembro 2009

Formação de acordes - Parte A

Como já mencionado nas lições anteriores, intervalo é a distância que separa duas notas musicais. Os intervalos recebem denominações diversas, como abaixo especificado:


Nome
Distâncias
Exemplo

Segunda menor
1/2 tom (1 traste)
C para Db

Segunda maior
1 tom (2 trastes)
C para D

Terça menor
1 1/2 tons (3 trastes)
C para Eb

Terça maior
2 tons (4 trastes)
C para E

Quarta perfeita (ou justa)
2 1/2 tons (5 trastes)
C para F

Quarta aumentada ou Quinta diminuta
3 tons (6 trastes)
C para F#

Quinta perfeita (ou justa)
3 1/2 tons (7 trastes)
C para G

Quinta aumentada ou Sexta menor
4 tons (8 trastes)
C para G#

Sexta maior ou Sétima diminuta
4 1/2 tons (9 trastes)
C para A

Sétima menor
5 tons (10 trastes)
C para Bb

Sétima maior
5 1/2 tons (11 trastes)
C para B

Oitava
6 tons (12 trastes)
C para C

Usaremos também as seguintes abreviaturas:

M = maior
m = menor
J = justa (perfeita)
+ ou Aum = aumentada
o = diminuta

Muito bem. Isto é um pouco chato, mas, tem que ser decorado se quiser realmente dominar todo o processo de formação de acordes, ao invés de memorizar uma meia dúzia deles (de qualquer forma, na Lição VII vamos tentar facilitar a vida vendo uma forma simples de memorizar alguns acordes). Aliás, por acorde entende-se duas ou mais notas tocadas simultaneamente (ou quase simultaneamente).

Agora é fácil. Com 5 regrinhas básicas é possível formar os principais acordes, ou seja, aqueles com os quais deve ser capaz de harmonizar a grande maioria das melodias. Os acordes principais são formados por tríades, ou seja, três notas encontradas na escala a que o mesmo pertence e, a posição relativa destas notas é sempre a mesma, qualquer que seja a escala em questão. Vamos ás regras:

Acorde
Notas que Compõem
Exemplo
Acorde

Maior
I + IIIM + VJ
C + E + G
C

Menor
I + IIIm + VJ
C + Eb + G
Cm

Aumentado
I + IIIM + VAum
C + E + G#
CAum (C5+)

Diminuto
I + IIIm + VO
C + Eb + Gb
CO

Sétimo
I + IIIM + VJ + VIIm
C + E + G + Bb
C7





27 dezembro 2009

Formação de acordes - Parte B

Existem várias abordagens possíveis para o aprendiz dos princípios de formação de acordes, uma delas foi vista na lição IV. Veremos outra a seguir.

Primeiro escolha uma escala qualquer, como a de C, por exemplo. Em seguida escreva a escala com os números (graus) corrrespondentes a cada nota, como a seguir:


C D E F G A B C

I ii iii IV V vi viio VIII

Alguns numeros foram escritos com tipos menores de propósito. A razão ficará evidente daqui a pouco.

A seguir, harmonize (ou organize) a escala em terceiras, isto é, coloque lado a lado a I e a III nota. Isto é denominado de harmonização em terceiras diatônicas. Lembre-se que a terceira pode ser maior ou menor (veja lição IV). É dita menor quando o intervalo que a separar da tônica (I) for 1 1/2 tons (3 trastes) e é maior quando este intervalo for de 2 tons (4 trastes).

A harmonização em terceiras diatônicas tem então o seguinte resultado:

C - E Maior
D - F
E - G
F - A Maior
G - B Maior
A - C
B - D

Não há necessidade de repetir a oitava.

Observe que os pares 1, 4 e 5 são formados por terceiras maiores (isto está indicado ao lado de cada par), enquanto os demais (2, 3, 6 e 7) são formados por terceiras menores. Importante: este padrão é sempre o mesmo para todas as escalas maiores.

Agora acrescente o V grau da escala ao lado do par já existente:

C - E - G Maior
D - F - A
E - G - B
F - A - C Maior
G - B - D Maior
A - C - E
B - D - F

Olhe e procure lembrar-se da lição anterior; deve perceber que as triades 1, 4 e 5 formam acordes maiores, enquanto as de número 2, 3 e 6 formam acordes menores e, a de número 7 um acorde diminuto. Este padrão repete-se em todas as escalas maiores.

Analisando os resultados terminamos com as formulas mencionadas na lição IV, ou seja:

Acorde maior - tônica (I) + terça maior (IIIM) + quinta justa (VJ)

Acorde menor - tônica (I) + terceira menor (IIIm) + quinta justa (VJ)

Acorde diminuto - tônica (I) + terceira menor (IIIm) + quinta diminuta (Vo).

Este mesmo esquema utilizado na confecção de acordes permite que se discuta a noção de campo harmônico. Observe que construimos uma sequência de acordes com as notas que formam a escala de C. Esta sequência de 7 acordes, que contem 3 acordes maiores, 3 menores e 1 diminuto, é a seguinte:

C Dm Em F G Am Bo

Este conjunto forma o que se denomina de campo harmônico, no caso o de C. O importante nisto é que os acordes de um mesmo campo harmônico soam bastante bem quando tocados uns com os outros e, por isto mesmo, são comumente utilizados na composição musical. Ou seja, quando você for tentar "tirar" uma música procure inicialmente por acordes do mesmo campo harmônico. As chances são de que 9 em cada 10 músicas são compostas com acordes relacionados desta forma.

É evidente que a sequência acima reflete apenas o campo harmônico de C. Portanto, agora resta aplicar este mesmo principio com todas as 12 notas musicais e você terá construido os principais acordes em todos os tons e, o que é igualmente importante, o campo harmônico para cada um dos tons musicais.

Do ponto de vista prático seria interessante que pegasse num esquema contendo todas as notas do braço da guitarra, como o apresentado na lição I, e construisse suas próprias triades nas mais variadas posições no braço do instrumento. Boa sorte.

26 dezembro 2009

Formação de acordes - Parte C

Não estou muito convencido de que esta lição esteja adequadamente colocada no contexto deste livro, uma vez que ela é quase totalmente destituída de um embasamento teórico adequado. Ela é também tão básica que dificilmente alguém que toque um pouco de guitarra já não conheça o seu conteúdo. Por outro lado, o assunto é tão prático que não acho justo deixar de menciona-lo. Portanto, aí vai!


Esta lição é destinada principalmente àqueles indivíduos que ficam "empacados" nas versões ditas "fáceis" de certas canções ou, que não conseguem sequer inicia-las por desconhecerem acordes como C#m7. Serve também de atalho para preguiçosos que não deram a devida atenção as lições anteriores sobre formação de acordes.

A grande maioria das canções pode ser tocada se conhecer os acordes com barra. A chave para tocar tais acordes é, evidentemente, a capacidade de fazer a barra em si. Por barra entende-se a habilidade de prender todas as seis cordas da guitarra com o dedo indicador. É claro que o som obtido a partir da pestana deve ser "limpo" e, esta é talvez a parte mais difícil. Como os dedos indicadores das pessoas tem formatos um pouco diferentes, não existe uma posição ideal para a barra. Vai ter de descobrir experimentando sozinho. Simplesmente pince o braço da guitarra entre os dedos indicador e polegar, com o indicador prendendo todas as 6 cordas do instrumento. O polegar deve fazer pressão contra o braço da guitarra, aumentado assim a pressão do indicador contra as cordas. Escolha um traste qualquer e, mãos a obra. Tenho a impressão que os trastes de 3 a 7 são mais fáceis de trabalhar. Não espere sucesso da primeira vez. Isto por si só já seria uma raridade. Vá trabalhando com calma as cordas uma a uma, até que o som saia claro em todas as 6. Importante: não desista. Não conheço ninguém que tenha tentado e não tenha conseguido.

Agora aos acordes. A única teoria que precisa saber é que os trastes da guitarra são análogos a escala musical de 12 notas (rever lição I). Isto quer dizer que, se você estiver fazendo um acorde de F e move-lo por inteiro para o traste seguinte terá avançado 1/2 tom, e tem portanto um F#. Um traste mais e, "voilá", um G. Um mais e teremos um G# (ou Ab) e assim por diante até completar todo o braço da guitarra. Se já não o conhece, o que acho difícil, veja abaixo o esquema do acorde de F:

A forma apresentada acima corresponde a primeira de duas formas básicas, cada uma constituída de pelo menos 4 subtipos, quais sejam: maior, menor, sétima e sétima menor. O esquema apresentado acima representa, evidentemente, um tipo maior. Os demais tipos são obtidos pelo rearranjo dos dedos 2 e 3. Aprendendo estas posições você pode tocar praticamente qualquer acorde. Bbm7 também? Positivo, sem problema. Vamos primeiro olhar os outros 3 tipos básicos.

Menor - basta tirar apenas o dedo 2
Sétima (maior) - basta tirar apenas o dedo 3
Sétima menor - basta tirar os dedos 2 e 3.

:



Agora lembre-se, a utilidade disto é que se deslizar todo o acorde um traste para cima (em direção ao corpo da guitarra) estará tocando G#, G#m, G7 e G#m7, respectivamente. Suba mais 1/2 tom (1 traste) e terá A, Am, A7 e Am7, e assim sucessivamente. Desça 1 traste, ao invés de subir, e terá F#, F#m, F#7 e F#m7. Se descer mais 1/2 tom (1 traste) terá esta mesma seqüência para F e, descendo ainda mais 1/2 tom você não precisará mais fazer a pestana e, terá então E, Em, E7 e Em7.

Eram duas formas básicas, lembra? Agora vamos para a segunda forma. Vamos repetir o processo iniciando também no 3o. traste. Se fizer a barra neste traste e colocar os dedos como na figura abaixo terá um C e seus derivados.

Observe que neste segundo padrão básico a 6a. corda não é tocada. Como na primeira forma, subindo e descendo nos trastes você obtêm os acordes em diferentes tons. Subindo 1 traste (1/2 tom) terá a seqüência para C#, mais 1 traste para D, outro para D# e assim sucessivamente. Pegou?

Talvez uma das coisas mais importantes desta lição seja deixar claro que, se aprender qualquer acorde, em qualquer traste do instrumento, poderá obter todos os demais simplesmente subindo ou descendo ao longo do braço. Espero que você tenha se dado conta que o braço tem, no mínimo, 12 trastes, que correspondem exatamente as 12 notas musicais.

17 dezembro 2009

Acordes menores

Video





Introdução

O que são tablaturas?

Tablatura (tablature ou tabulature ou tab em inglês) é um método usado para transcrever música que pode ser tocada em instrumentos de corda como violões, guitarras e baixos. Ao contrário das partituras que exigem maior conhecimento de música e bastante treino as tablaturas são voltadas para o músico iniciante ou prático.




Qual a diferença entre tablaturas e partituras?

Apenas na aparência uma tablatura pode parecer com uma partitura. Apesar de ambas serem escritas em pautas (linhas), as semelhanças param por ai.

Uma partitura indica quais notas devem ser tocadas, a duração de cada nota, a velocidade com que deve ser tocada e etc. Exigem muita prática e um conhecimento apurado de música. Indicando a nota que deve ser tocada a partitura não diz onde esta nota se localiza no braço do instrumento ou no teclado. A partitura serve para transcrever músicas para qualquer instrumento, seja de sopro, de cordas, de percussão, etc. Outra vantagem das partituras é que permitem que o músico que nunca tenha ouvido a música a toque exatamente como previsto (desde que saiba ler fluentemente partituras, o que obviamente exige geralmente anos de treino).

Já uma tablatura, método de transcrição que serve apenas para instrumentos de corda como violões, baixos e guitarras, não indica diretamente a nota que deve ser tocada e sim qual corda deve ser ferida e em qual traste. Obviamente torna-se assim muito mais útil ao músico iniciante ou prático. Por outro lado a tablatura tem a grande desvantagem de exigir que o músico conheça a música que deseja tocar visto que a mesma indica geralmente apenas as notas e não a duração de cada uma ou o tempo da música.

Além das notas a serem feridas a tablatura irá indicar quando devem ser usadas técnicas como bends, slides, hammer-ons, pull-offs, harmonicos e vibrato.

Como ler tablaturas?

O conceito básico da tablatura é apresentar no papel um conjunto de linhas que representam as cordas do instrumento. Sendo assim para uma guitarra ou violão comum você terá seis linhas, para um baixo de quatro cordas terá quatro linhas, para um baixo de cinco cordas cinco linhas, para uma guitarra de sete cordas sete linhas e assim por diante. Geralmente nos exemplos mostrados aqui usaremos tablaturas de seis linhas para guitarra mas o principio é o mesmo para qualquer quantidade de cordas.

Uma tablatura vazia de guitarra ou violão apresenta-se da seguinte forma:

E------------------------------------------------------
B------------------------------------------------------
G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

A linha de baixo representa a corda mais grossa (mi mais grossa) e a linha de cima representa a corda mais fina (mi mais fina). De cima para baixo as linhas representam as cordas mi, si, sol, re, la, mi.

Uma tablatura vazia de baixo (quatro cordas) apresenta-se da seguinte forma:

G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

A linha de baixo representa a corda mais grossa (mi) e a linha de cima representa a corda mais fina (sol). De cima para baixo as linhas representam as cordas sol, ré, lá, mi.

Números escritos nas linhas indicam em que traste as respectivas cordas devem ser apertadas ao serem feridas. Número 0 indica corda solta. As notas devem ser lidas da esquerda para a direita.

E------------------------------------------------------
B------------------------------------------------------
G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E---0--1--2--3-----------------------------------------

O exemplo acima indica as seguinte notas (uma de cada vez) na ordem:

- corda mais grossa deve ser tocada solta (0)

- depois a mesma corda deve ser tocada no primeiro traste (1)

- depois a mesma corda deve ser tocada no segundo traste (2)

- depois a mesma corda deve ser tocada no terceiro traste (3)

E------------------------------------------------------
B------------------------------------------------------
G---------0--------1--0--------------------------------
D---0--3-----0--3--------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

O exemplo acima é o início do riff de Smoke On The Water da banda Deep Purple e deve ser tocado da seguinte forma.

- terceira corda (re) tocada solta (0)

- terceira corda (re) tocada no terceiro traste (3)

- quarta corda (sol) tocada solta (0)

- terceira corda (re) tocada solta (0)

- terceira corda (re) tocada no terceiro traste (3)

- quarta corda (sol) tocada no primeiro traste (1)

- quarta corda (sol) tocada solta (0)

Nos exemplos acima as notas são tocadas uma de cada vez. Quando duas ou mais notas (obviamente em duas ou mais cordas) devem ser tocadas de uma só vez (formando um acorde) a indicação é conforme abaixo:

E----3--------------------------------------------------
B----3--------------------------------------------------
G----4--------------------------------------------------
D----5--------------------------------------------------
A----5--------------------------------------------------
E----3--------------------------------------------------

Note que este é um acorde sol maior. Note que estando na mesma coluna as notas devem ser tocadas todas de uma só vez indicando um acorde. Apenas devem ser tocadas as cordas marcadas (no exemplo acima todas). Uma linha vazia indica que a corda não deve ser tocada. Um número zero indica que a corda deve ser tocada solta. Embora possam indicar acordes o mais comum é que as tablaturas sejam usadas para solos ou riffs enquanto os acordes são indicados por cifras.

Embora de maneira geral as tablaturas não indiquem o tempo de duração das notas e o intervalo entre elas, o espaçamento entre as colunas pode ser usado para dar alguma idéia sobre tempo e duração conforme o exemplo abaixo. Tratam-se das primeiras notas do hino nacional americano. Note o espaço maior que indica a pausa.

E-----------------------0--------4--2-0----------------
B---0--------------0---------------------------------0-
G------1------1----------------------------1----3------
D--------2---------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

PC Chord

Aqui está mais uma aplicação para aprofundar o conhecimento de acordes, escalas, afinação, etc.
Esta aplicação é simples de usar e possuí a visualização do braço da guitarra ( com as notas tocadas apresentadas com bolas vermelhas), para melhor compreensão dos acordes e escalas tocadas. Muito útil esta aplicação.


http://img404.imageshack.us/img404/2813/92938416.jpg

AP Guitar Tuner

AP Guitar Tuner é um aplicativo funcional que auxilia os usuários a afinarem seus violões ou guitarras.


Para tal, será preciso usar um microfone para captar o som ou então conectar o instrumento na entrada de linha (line-in) do PC.

Basta tocar a nota e adequá-la à medição que aparece na tela. Por padrão, a afinação é em Mi (E) e você deverá buscar as notas que aparecem na seqüência do primeiro quadro — no caso E, A, D, G, B, E. Para ter uma referência, é possível escutar as notas tocadas uma após a outra ou isoladas.

O interessante é que existe também uma régua na parte inferior da interface que ajuda o usuário a se guiar: os pontos marcados são referentes à ordem das cordas (da mais grossa até a mais fina), enquanto o marcador indica o quão próximo a afinação está do ponto certo.

Entre as opções, pode-se modificar a freqüência do Lá (A) de referência para 10Hz para cima ou para baixo. Este tipo de mudança altera todo o processo que guia as outras notas, sendo útil para dar uma leve diferenciada no som final.

Entretanto, para usuário mais avançados, o AP Guitar Tuner pode ser uma fonte inesgotável de criatividade. Nas pré-configurações existem mais de 30 tipos de afinações para os músicos experimentarem e descobrirem sonoridades novas.


http://img404.imageshack.us/img404/2813/92938416.jpg



Programas para guitarra

Também temos programas para aprofundar os vossos conhecimentos musicais. Se conhecer algum programa que não está na nossa lista por favor contacte-nos e nós trataremos de o disponibilizar. Veja a categoria software e confira.

Triades maiores - Localização no braço da guitarra

Como já mencionado em lições anteriores, a principio não é necessária a memorização dos acordes, uma vez que é possível aprender a construi-los a partir de algumas regras básicas, regras estas que também já analisamos. Vimos, por exemplo, que os acordes são formados fundamentalmente pelo I, III e V graus das escalas (com as devidas variações para formar acordes maiores, menores, diminutos, etc).


Do ponto de vista prático é, portanto, interessante montar-se um mapa do braço da guitarra que permita mostrar a localização relativa de cada uma das notas básicas que compõem cada tom. Pode-se iniciar com as relações entre a tônica e o III grau. Observe:



Estas posições relativas são as mesmas em todo o braço do instrumento. Um bom exercício é escolher qualquer região no braço da guitarra e tocar a seqüência de tônicas e terças.

Deve-se em seguida aprender as relações entre o V grau e a tônica. Vamos lá:

Da mesma forma que com as terças, as relações entre a tônica e as quintas (V grau) são as mesmas ao longo de todo o braço da guitarra. Exercite-se tocando o mapa completo de tônicas e quintas a partir de qualquer região do braço do instrumento. Use as diferentes notas (C, D, E, etc) como tônicas.

Muito bem. Agora falta botar as tônicas, o III grau e o V grau juntos, em um mesmo mapa. O resultado é este:

Parece familiar, não. Com certeza deve ser capaz de reconhecer neste esquema os padrões de cinco acordes básicos: C, D, E, G e A (indicados pelas letras fora do braço). Atenção, o esquema não está representando o acorde em sí, mas o padrão representado por ele. O padrão G, por exemplo, está sendo representado com a tônica no 4o traste, e o A no 1o. O importante é lembrar que este mapa é móvel, ou seja, escolhendo qualquer nota como tônica você deve ser capaz de localizar todas as demais notas seguindo o mesmo padrão básico e, portanto, o acorde em questão.

Existe pelo menos 1 exercício básico que deve ajuda-lo a memorizar este padrão básico, qual seja, o de identificar em cada acorde que você tocar (pode começar pelos vistos na lição anterior) onde estão a tônica, a terça (III grau) e a quinta (V grau). Desta forma terminará memorizando todo o mapa e, dai por diante será capaz de construir sozinho seus próprios acordes, que irão se tornando mais complexos a medida que você for acrescentando outras notas (ou graus), como a sétima, por exemplo.

16 dezembro 2009

Afinar a guitarra



Antes de começar a tocar sua guitarra, seu violão, seu contrabaixo (ou qualquer outro), seu instrumento precisa estar afinado corretamente.O tom de uma corda é determinado pelo comprimento, espessura e grau de tensão. As cordas soltas são ajustadas virando a cravelha das tarrachas até entrar em afinação individual e com as outras cordas. Você pode afinar todas as cordas com um afinador eletrônico, um teclado,um diapasão ou por ouvido (no caso das pessoas que consigam lembrar com precisão as notas, isso se chama ouvido absoluto). Também pode se afinar uma corda e usá-la como referência para as outras. Inicialmente pode-se dizer que a melhor e mais moderna maneira de afinar um violão é tendo em casa um afinador eletrônico. Ele é muito prático, ideal para as pessoas que não sabem ainda afinar um violão do modo correto e é usado para quem não quer se aborrecer.
Existe também um método mais antigo ainda, mas pouco usado que é o diapasão, mas recomendo o primeiro. O diapasão é um aparelho usado para auxiliar na afinação. Ele produz o som da corda La, e a partir dela, todas as outras cordas podem ser afinadas Outra maneira seria afinar pelo teclado. Quem tiver um teclado em casa, vai tocando a tecla referente a cada corda do violão e quando você sentir que ela está no mesmo tom, ótimo, você está no caminho certo. Vale lembrar que as cordas do violão e da guitarra são afinadas desta forma, da primeira à sexta (da mais aguda e fina para a mais grave e grossa):E (Mi), B (Si), G (Sol), D (Ré), A (Lá)Ee E (Mi).)Outra técnica muito popular de afinação consiste em usar os intervalos de 12 semitons - as oitavas - para comparar as mesmas notas tocadas em diferentes cordas e em diferentes registros. Tendo afinado a primeira corda pelo diapasão, a segunda corda solta poderá ser afinada uma oitava abaixo da nota do 7.º traste da 1.ª corda. E mais alto e o mais grave é de duas oitavas
Outra maneira para afinar afinar uma guitarra ou um violão (estes instrumentos podem serafinados da mesma maneira), é começar colocando o nosso dedo na 5º casa (produzindo o som da nota La) e assim afinar a corda La, de maneira que o som das duas cordas, tocadas simultaneamente, seja bem parecido. O mesmo procedimento é seguido quando vamos afinar a corda Re, ou seja, devemos colocar nosso dedo na 5º casa, 5º corda(La) e assim produzirmos o som da nota Re. Dessa forma, devemos apertar ou afrouxar a 4º corda (Re), de maneira que esta fique com um som parecido com o da corda usada como auxilio.

Há também a afinação por um tom de referência ou seja:

1- Toque a nota E(Mi) e toque a primeira corda (a mais aguda e fina). Vira a cravelha da 1.ª corda até as notas soarem iguais.
2- Fira a 2ª corda na altura do 5.º traste, seguido pelo E (Mi)da 1.ª corda solta, que você já afinou. Ajuste a cravelha da 2.ª corda até ela ficar afinada com a 1.ª corda.

3- Agora fira a 3.ª corda no 4.ª traste, seguida pela 2.ª corda solta, a nota B (Si). Ajuste a cravelha que regula a 3.ª corda até ela ficar afinada com a anterior.
4- Fira o 5.ª traste da 4.ª corda e a seguir faça soar a nota G (Sol) na 3.ª solta. Ajuste a cravelha da 4.ª corda até ela soar afinada com a 3.ª corda.

5- Faça soar o 5.ª traste da 5.ª corda, tocando em seguida a nota D (Ré) na 4.ª corda até que o som obrido entre em uníssono com a anterior.
6- Fira a 6.ª corda na altura do 5.ª traste, seguida da nota A (Lá) percutida sobre a 5.ª corda solta. Gire a cravelha daquela até obter uma afinação perfeita com a desta.

Existem muitos outros tipos de afinação diferentes, ou alternativas, que permitirão criar grandes efeitos. Algumas delas vêm dos primeiros instrumentos acústicos; outras nasceram entre os músicos de blues do delta do Mississípi, que criaram técnicas e afinações para a slide guitar, assim como os músicos de guitarra havaiana. As afinações alternativas podem ser usadas tanto em violões ou guitarras acústicas como em guitarras elétricas, e nos estilos de toque com os dedos ou com palheta e slide. Inicialmente, as pessoas que estão aprendendo a afinar o seu instrumento, sentem um pouco de dificuldade e não conseguem diferenciar os sons, mas com um pouco de paciência e treino, podemos ver que a afinação não é uma tarefa possível de ser realizada por um principiante. Devemos lembrar que quando afinarmos o violão ou a guitarra, sempre colocaremos o dedo na 5º casa, exceto na 3º corda, onde colocaremos o dedo na 4º casa. A afinação do instrumento é muito importante para uma boa execução de qualquer música, principalmente quando for tirar uma canção para tocar depois.

*OUTRAS DICAS PARA AFINAR SEU INSTRUMENTO

Para afinar mais facilmente e corretamente o instrumento siga os seguintes passos:

a) Caso você possua micro-afinação (guitarras com ponte flutuante tipo floyd rose ou similares) coloque a micro afinação de cada corda na posição intermediária e solte as travas de afinação do braço.

b) Estando o instrumento totalmente desafinado, ao afinar uma corda, as outras normalmente desafinam, em virtude do aumento de tensão da primeira. Sendo assim inicialmente afine grosseiramente todas as cordas.

c) Se o encordoamento tiver sido recém colocado estique cada corda puxando com os dedos (não muito pouco que não surta efeito e nem tanto que quebre a
corda) a fim de eliminar as folgas iniciais nas tarrachas. Não fazendo isto a afinação irá se perder rapidamente (até que afinando diversas vezes as cordas tenham se ajustado).

d) Faça a afinação cuidadosa em todas as cordas tantas vezes quantas necessárias até que todas estejam perfeitamente afinadas (normalmente uma ou duas vezes são necessárias).

Acordes menores com sétima

Video






Notações

Notações usadas em tablaturas

Além dos números que apenas indicam qual corda deve ser ferida em qual casa (traste) existem algumas letras e simbolos comumente usadas para notar determinadas técnicas. Essas notações podem variar um pouco de autor para autor mas as mais comuns são:




h - fazer um hammer-on
p - fazer um pull-off
b - fazer um bend para cima
r - soltar o bend
/ - slide para cima (pode ser usado s)
\ - slide para baixo (pode ser usado s)
~ - vibrato (pode ser usado v)
t - tap
x - tocar a nota abafada (som percusivo)

Notação de Hammer-Ons

Um hammer-on consiste em martelar com um dedo da mão esquerda uma corda em um traste fazendo soar a nota sem o auxílio da mão direita.

E-----------------------------------------------------
B-----------------------------------------------------
G-----------------------------------------------------
D-----------------------------------------------------
A---------5h7-----------5h7---------------------------
E---0--0----------0--0--------------------------------

No exemplo acima após ferir a corda grossa solta duas vezes o músico deverá ferir a segunda corda na quinta casa e imediata e vigorosamente apertar a mesma corda (segunda) duas casas a frente (sétimo traste), fazendo a corda soar apenas com a martelada e sem auxílio da mão direita. Depois repita a sequência.

Notação de Pull-Offs

Pull-Offs são de certa forma o inverso de um hammer-on e consistem em soltar rapidamente uma corda fazendo com que a mesma soe solta (ou apertada em um traste anterior).

E----3p0-----------------------------------------------
B---------3p0------------------------------------------
G--------------2p0-------------------------------------
D-------------------2----------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

No exemplo acima o primeiro pull-off na corda mais fina consiste em ferir a corda apertada no terceiro traste e soltá-la rapidamene para que soe solta. Posteriormente um pull-off identico é feito uma corda acima e assim por diante. Note que o terceiro pull off é feito a partir do segundo traste.

Hammer-ons e pull-offs costumam ser usados em conjunto como indicado abaixo:

E------------------------------------------------------
B------------------------------------------------------
G---2h4p2h4p2h4p2h4p2h4p2------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

Neste caso a corda deve ser ferida na segunda casa, imediatamente apertada na quarta casa (hammer-on), imediatamente solta da quarta casa (soando novamente na segunda, pull-off), novamente apertada na quarta e assim por diante. Note que a mão direita do música só irá ferir a primeira nota... todas as outras são tocadas apenas com os hammers-ons e pull-offs da mão esquerda no braço.

Notação de bends

Um bend consiste em empurrar uma corda para cima aumentando a tensão e consequentemente gerando uma nota mais aguda. Quanto mais empurrada for a corda maior será o efeito. Um número é usado para indicar o quanto a nota deve ser aumentada.

E------------------------------------------------------
B------7b9---------------------------------------------
G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

No exemplo acima a corda (re) deve ser tocada no sétimo traste e empurrada para cima até que soe mais aguda como se estivesse apertada no nono traste (um tom acima). Note que o dedo do musico continuara na sétima casa. O bend pode também ser indicado entre parênteses como 7b(9).

E------------------------------------------------------
B------7b9--9r7----------------------------------------
G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

No exemplo acima é indicado depois do bend inicial que ele deve ser soltado. O músico deve ferir a corda na sétima casa, fazer um bend de um tom inteiro (equivalente a subir duas casas), ferir novamente a corda e soltar o bend (de forma que a corda volte a sua posição e nota originais).

Outros exemplos: bends podem ser de meio tom (7r8, equivalente a uma casa), de um quarto de tom (7r7.5, equivalente a meia casa) e assim por diante. É comum não ser indicado o valor (7b por exemplo) e nestes casos é preciso ouvir a música para saber o valor do bend.


Notação de Slides

Um slide consiste em fazer deslizar um dedo da mão esquerda pelo braço enquanto uma corda soa gerando uma variação do tom.

E------------------------------------------------------
B------7/9---------------------------------------------
G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

O exemplo acima indica que a corda deve ser ferida na sétima casa e imediatamente o dedo que aperta a corda nesta casa deve deslizar para a nona casa enquanto a nota continua soando (aumentando portanto um tom).

Não necessariamente o início e o fim de um slide precisam ser indicados:

E------------------------------------------------------
B------/7--7\------------------------------------------
G------------------------------------------------------
D------------------------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

Neste caso a nota deve inicialmente ser ferida em alguma das primeiras casas e deslizada até a sétima casa, posteriormente sendo deslizada de volta para as primeiras casas. Novamente é necessário conhecer a música que se deseja tocar de forma a saber o tamanho do slide.

Vários slides podem ser usados seguidos como indicado abaixo. Apenas a primeira nota precisa ser ferida.

E-------------------------------------------------------
B------7/9/11\9\7\6\7-----------------------------------
G-------------------------------------------------------
D-------------------------------------------------------
A-------------------------------------------------------
E-------------------------------------------------------

Notação de Vibrato

O vibrato é o efeito de variação de tom conseguido com a alavanca ou mesmo através de pressão variável do dedo sobre a corda no braço do instrumento (vide músicos de blues).

E------------------------------------------------------
B------------------------------------------------------
G------------------------------------------------------
D-------2--5~------------------------------------------
A----3-------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

Neste caso a última nota deve sofrer vibrato. É necessário conhecer a música em questão para saber como este vibrato deve ser efetuado.

Notação de Tap

Tap ou tapping consiste em fazer soar notas feridas com a mão direita apertando as cordas nos trastes. É técnica geralmente usada por guitarristas rápidos como Eddie Van Hallen entre outros. A indicação de que uma nota deve ser tocada como tap consiste apenas em acrescentar a letra t à nota correspondente. Geralmente são efetuadas na parte mais interna do braço do instrumento.

E------------------------------------------------------
B----13t-----------------------------------------------
G---------12t------------------------------------------
D--------------12t-------------------------------------
A------------------------------------------------------
E------------------------------------------------------

No exemplo acima as notas devem ser feridas pela mão direita do músico simplesmente apertando as cordas vigorosamente nos trastes indicados.

Outras notações

Notações extras necessárias em determinadas músicas e/ou técnicas são comuns mas não padronizadas, sendo geralmente explicadas na própria tablatura em texto anexo. Variações das notações acima também são bastante comuns.